Confira na íntegra artigo do presidente do CRF-SP, dr. Pedro Menegasso, publicado no jornal Cruzeiro, de Sorocaba

  

Prescrição farmacêutica: um avanço na saúdePrescrição farmacêutica: um avanço na saúdeSão Paulo, 29 de outubro de 2013.

A saúde no Brasil vive um momento de intensa transformação. Nesse contexto, a Farmácia ganhou holofotes nos últimos anos, especialmente em relação ao aumento da responsabilidade do farmacêutico, pela regulamentação dos serviços farmacêuticos e da prescrição farmacêutica, recentemente aprovada pelo Conselho Federal de Farmácia. Fatos que podem ser muito bem aproveitados, transformar-se em mais uma ferramenta de valorização profissional, oportunidade de qualificação do atendimento e ampliação da segurança do paciente.

Após anos de luta, ver a possibilidade de o farmacêutico prescrever é uma grande vitória para a categoria e uma excelente oportunidade de mostrar nosso papel à população. Tenho certeza que essa conquista se traduzirá em segurança no uso de medicamentos, credibilidade e reconhecimento ao profissional.

Os cidadãos brasileiros serão beneficiados, pois além de contar com a presença do farmacêutico na orientação – 90% das farmácias e drogarias do Estado de São Paulo têm farmacêuticos presentes – poderão contar com uma recomendação por escrito, ou seja, o paciente receberá um documento de um profissional que tem conhecimento suficiente para ajudar na resolução de vários problemas de saúde, e não somente uma indicação informal.

Antes de entender o texto que autoriza a prescrição farmacêutica, a classe médica formulou diversas críticas, com base no entendimento de que esse ato invadiria o âmbito privativo do médico, porém todas descabidas, visto que o farmacêutico prescreverá apenas medicamentos isentos de prescrição médica e outros produtos para à saúde que o consumidor pode adquirir atualmente sem qualquer receita.

Antes, escrevíamos na caixinha a dose e o horário de tomar o produto. Agora, poderemos prescrever e orientar, de maneira mais clara, o uso de medicamentos para tratar o que chamamos de transtornos menores, que não necessitam de um diagnóstico prévio para serem tratados. Possibilidade que já estava implícita em várias regulamentações como nas Resoluções RDC 44/09 e RDC 87/08, ambas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Anvisa.

Acredito que a norma também afastará os leigos e aqueles que indicam medicamentos somente por interesses comerciais, sem se preocupar com os riscos. Ganha a população que tem no farmacêutico um profissional confiável e habilitado para a prescrição desses medicamentos com qualidade, e ganha o farmacêutico, já que parte expressiva da categoria está disposta e preparada para assumir essa responsabilidade e contribuir definitivamente na construção de um novo modelo que tenha foco na saúde pública e na farmácia como estabelecimento de saúde.

Este modelo que vai ao encontro de práticas adotadas em vários países, em que profissionais não médicos estão autorizados a prescrever medicamentos. Esse ato tem modos específicos para cada profissão e é efetivado de acordo com as necessidades de cuidado do paciente, e com as responsabilidades e limites de atuação de cada profissional. Isso favorece o acesso e aumenta o controle sobre os gastos, reduzindo, assim, os custos com a provisão de farmacoterapia racional, além de propiciar a obtenção de melhores resultados terapêuticos.
 
Os farmacêuticos estão conscientes de sua responsabilidade e o CRF-SP lançou uma série de ações para manter o profissional atualizado e capacitado sobre o tema prescrição. Estamos ao lado do farmacêutico para orientá-lo, auxiliá-lo e apoiá-lo a assumir mais esse papel de destaque no cenário da saúde brasileira.

 

Pedro Eduardo Menegasso, farmacêutico e presidente do Conselho Regional do Estado de São Paulo (CRF-SP)

 

Clique aqui para ler o artigo direto da fonte

 

 CLIQUE AQUI PARA CONSULTAR OUTRAS NOTÍCIAS

Conteúdo acessível em libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro ou Hozana. Conteúdo acessível em libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro ou Hozana.