Cientistas brasileiros desenvolvem teste rápido para diagnosticar pacientes com leucemia


 Brasileiros criam teste rápido para detectar leucemia Brasileiros criam teste rápido para detectar leucemiaSão Paulo, 23 de outubro de 2013

Pesquisadores da USP de São Carlos desenvolveram um método que usa nanopartículas para fazer um diagnóstico rápido da leucemia.
O câncer no sangue é mais trabalhoso de ser identificado porque não há a formação de um tumor sólido. As células cancerosas ficam em circulação. Hoje, apesar de rotineiro e bem estabelecido, o processo é longo e envolve uma série de componentes laboratoriais importados e de alto custo.

Segundo especialistas do Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia da USP de São Carlos, um dos principais gargalos ao atendimento de saúde no Brasil é o diagnóstico. Se for criado estratégias para que ele seja mais rápido e barato, será possível salvar vidas.

Hoje, há diversos testes de diagnóstico de leucemia, com maior ou menor grau de complexidade. Além de detectar as células cancerosas, exames mais específicos podem informar ainda o subtipo da doença. Quanto mais detalhada for a análise, mais caro o exame. Alguns ultrapassam os US$ 2.000.

De acordo com os pesquisadores, o método poderia ser uma alternativa para um diagnóstico rápido para pacientes com suspeita da doença, uma primeira abordagem para ver se há necessidade de fazer exames mais completos.

Para realizar o teste, os cientistas se aproveitaram de uma característica das células cancerosas: a produção excessiva de açúcares.

A partir daí, o grupo isolou em laboratório uma proteína, a jacalina, que, como o próprio nome indica, é extraída da jaca, que é fortemente atraída por esses açúcares.

O trabalho foi publicado na revista especializada "Colloids and Surfaces B: Biointerfaces".

A proteína foi usada então como revestimento em uma nanopartícula: uma bolinha de ouro cerca de mil vezes menor do que a própria célula cancerosa.

Para fazer o teste, os cientistas retiram uma amostra de sangue do paciente e a deixam em contato com as nanopartículas por três horas. Depois, o material é enxaguado e passa por centrifugação.

Por fim, ele é analisado em um microscópio de fluorescência simples.

No microscópio, as células cancerosas são então facilmente identificadas porque, após a ligação com as nanopartículas, elas passam a ter uma coloração fluorescente, enquanto as células saudáveis não têm modificação.

Por enquanto, o trabalho está restrito a pequenas escalas em laboratório, mas os cientistas buscam parceiros para transforma-lo em uma opção real de diagnóstico.

O grupo já fez o pedido de patente da técnica.

 

Assessoria de Comunicação CRF-SP (Com informações da Folha de S.Paulo)

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