Brasil terá primeiro teste clínico com células embrionárias para tratar principal causa de cegueira em idosos


Brasil terá primeiro teste clínico com células embrionárias para tratar principal causa de cegueira em idososBrasil terá primeiro teste clínico com células embrionárias para tratar principal causa de cegueira em idososSão Paulo, 21 de agosto de 2013

Pacientes afetados pela principal doença causadora de cegueira entre idosos deverão ser os primeiros brasileiros a receber uma terapia baseada em células-tronco embrionárias, provavelmente no ano que vem.

Detalhes do projeto, uma parceria entre a Universidade do Sul da Califórnia e a Unifesp, serão apresentados na reunião da Fesbe (Federação de Sociedades de Biologia Experimental), que começa nesta quarta-feira, 21, em Caxambu (MG).

Segundo a Unifesp, trata-se de um teste inicial que vai avaliar apenas a segurança, mas que, pelo menos, é algo promissor para doenças que não têm tratamento eficaz.

O alvo da estratégia é a degeneração macular relacionada à idade, que costuma afetar maiores de 65 anos.

Tudo começa numa camada de células conhecida como epitélio pigmentar. Colada à retina, ela é responsável pela "faxina" de subprodutos das células da retina. Depois de uma certa idade, às vezes ela deixa de funcionar como deveria. Resultado: acúmulo dessa "tralha" celular, atrapalhando a visão, chegando a tornar a pessoa incapaz de ler.

O que os pesquisadores descobriram é que as células-tronco embrionárias (obtidas de embriões com poucos dias de vida e com a capacidade de assumir a função de qualquer tecido do corpo) podem se transformar em epitélio pigmentar sem praticamente nenhuma intervenção extra.

Após anos de cultivo dessas células in vitro, já existem até linhagens ("famílias" celulares) comerciais de epitélio pigmentar. São elas que deverão serem usadas nos testes, até para manter a padronização com os pesquisadores da Califórnia.

Os embriões humanos a partir dos quais elas foram derivadas foram destruídos nos EUA há anos --embriões descartados no Brasil não serão usados na pesquisa. Aqui, só embriões inviáveis ou congelados por mais de três anos em clínicas de fertilização podem ser usados em estudos.

Teste brasileiro

 
Segundo pesquisadores da Unifesp, que participaram do desenvolvimento da terapia na Califórnia, graças a isso e a um tratado de cooperação entre o Estado americano e o CNPq (órgão federal de fomento à pesquisa no Brasil), surgiu a chance de testar a abordagem no Brasil. A aprovação inicial por parte da Conep (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa) já foi dada.

Quinze pacientes serão recrutados pela Unifesp. As células serão colocadas cirurgicamente no olho, envoltas por uma membrana especial.

Os pesquisadores vão verificar, por exemplo, se as células migram ou formam tumores --risco associado a células de origem embrionária.

Testes com as células já foram feitos nos EUA, com resultados modestos. Para os cientistas, a diferença é que, nesses casos, elas foram só injetadas no olho. Como são células com lado certo para funcionar, são coladas por cirurgia. Os resultados com animais, no nosso caso brasileiro, foram animadores

 

Assessoria de Comunicação CRF-SP (Com informações da Folha de S.Paulo)

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