Estudo da Unifesp aponta efeitos de noites mal dormidas sobre o sistema imunológico

 

Estudo da Unifesp aponta efeitos de noites mal dormidas sobre o sistema imunológicoEstudo da Unifesp aponta efeitos de noites mal dormidas sobre o sistema imunológicoSão Paulo, 29 de maio de 2013

Um estudo do Instituto do Sono, ligado à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), aponta que dormir poucas horas por noite pode impactar o sistema imunológico mais do que se imagina. O experimento foi publicado no jornal Innate Immunity. 

A pesquisa dividiu 32 homens saudáveis de 19 a 29 anos em 3 grupos: o primeiro foi completamente privado de sono; o segundo, só do sono REM; o terceiro funcionou como grupo de controle. A privação de sono variou entre 24 e 48h, período no qual os voluntários podiam ler, ver televisão e mesmo andar pelas instalações do instituto.

O tempo de privação de sono foi proporcional ao aumento do número de leucócitos (células do sistema imunológico que atuam como “guardiãs” do corpo) no sangue dos voluntários que não dormiram. A mudança foi especialmente evidente número de neutrófilos, variedade que combate a maioria das infecções. Esse crescimento é indício de inflamação sistêmica, que mostra que a falta de sono desencadeou um alerta no organismo. Dormir é essencial para que o nosso sistema de defesa responda de maneira adequada.

A equipe do Instituto também confirmou outro estudo que mostra que a privação pode reduzir pela metade a produção de anticorpos após receber vacina de hepatite A. Se o indivíduo não dormir bem antes de ser vacinado, seu sistema de defesa não produzirá a proteção adequada ao organismo.

Uma única noite de sono reparador não é suficiente para compensar uma sequência de noites mal dormidas: ainda que os níveis de neutrófilos e leucócitos voltem ao normal após o descanso, o número de linfócitos T CD4 (responsáveis pela imunidade adaptativa, que é diferente para cada doença) se manteve elevado, e os níveis de imunoglobina (IgA) reduzidos, mesmo depois de três dias de descanso. A IgA está diretamente relacionada à proteção contra organismos capazes de causar doenças e pode ser um dos motivos que torna as pessoas que dormem mal mais suscetíveis ao rinovírus, responsável pelo resfriado comum.

Atualmente, o grupo de pesquisadores analisa o sistema de defesa de trabalhadores em turno. Ainda não está claro o quanto indivíduos que mudam completamente seu ritmo de sono podem ter a saúde comprometida.



Assessoria de Comunicação CRF- SP (Com informações do UOL)

 

Conteúdo acessível em libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro ou Hozana. Conteúdo acessível em libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro ou Hozana.