Antibiótico pode ser usado no tratamento de dor nas costas

Antibiótico pode ser usado no tratamento de dor nas costasAntibiótico pode ser usado no tratamento de dor nas costasSão Paulo, 28 de maio de 2013

Duas pesquisas feitas por cientistas da Universidade do Sul da Dinamarca e publicadas no "European Spine Journal" descobriram que boa parte das dores lombares crônicas em pessoas com hérnia de disco pode ser causada por infecções "ocultas" e tratada com antibióticos.         

O primeiro estudo procurou saber se havia infecção nos discos intervertebrais. Os dinamarqueses analisaram, em 61 pacientes, o material do núcleo do disco que fica entre as vértebras e amortece o impacto entre elas. Quando há hérnia, esse material sai do disco e pressiona os nervos próximos, causando dor.         

No grupo estudado, a hérnia tinha levado também a uma lesão óssea, presente em 40% da população com dor lombar crônica, cuja causa é atribuída, em geral, à falta do amortecimento, já que os discos estão degenerados. Além disso, 46% dos pacientes apresentavam uma infecção bacteriana no núcleo do disco.         

De acordo com a pesquisa, um ácido produzido pela bactéria, a P. acnes, comumente encontrada na pele e que foi achada na maioria dos discos infectados, é responsável pelas lesões ósseas.         

A segunda pesquisa avaliou um tratamento de cem dias com antibiótico em 144 pacientes. Metade recebeu o medicamento e metade, placebo. No grupo do antibiótico, 75% das pessoas diziam, no início do estudo, sentir dores constantes nas costas. Ao fim de um ano, só 20% continuavam nessa situação.         

O resultado, entretanto, não significa que esse tratamento possa ser generalizado para qualquer pessoa com dor nas costas. Isso porque é difícil saber em quais pessoas existe a infecção, uma vez que não causa sintomas como febre e mal-estar.

O diagnóstico preciso de uma infecção é dado com a cultura da bactéria e, para isso, seria necessário que fazer uma biópsia do disco suspeito por agulha, o que pode acelerar a degeneração dos discos.         

Outro problema é a longa duração do tratamento, necessária porque os discos são de difícil acesso para os medicamentos, pela baixa vascularização da região. Para completar, 27% das pessoas que se trataram com antibióticos tiveram diarreia.         

Os autores do estudo destacam também o perigo do uso indiscriminado de antibióticos, que pode selecionar micro-organismos resistentes aos medicamentos.         

Ainda assim, o trabalho chama a atenção ao abrir a possibilidade de um novo tratamento para um problema tão comum. Por enquanto, o tratamento deve continuar à base de fisioterapia e medicamentos para os casos menos graves e cirurgia quando não houver outra opção. 

Assessoria de Comunicação CRF-SP (Com informações da Folha de S. Paulo)

 

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