Pesquisa sugere por que algumas pessoas ficam mais gripadas do que outras


Pesquisa sugere por que algumas pessoas ficam mais gripadas do que outrasPesquisa sugere por que algumas pessoas ficam mais gripadas do que outrasSão Paulo, 22 de fevereiro de 2013.

Uma pesquisa desenvolvida na Universidade Carnegie Mellon, nos Estados Unidos, sugere uma explicação para o fato de algumas pessoas ficarem gripadas com muita facilidade, enquanto outras dificilmente adoecem.De acordo com o estudo, isso se deve a uma diferença no tamanho dos telômeros, uma estrutura presente nas extremidades do cromossomo que ajudam a proteger uma sequência de DNA. Toda vez que um cromossomo é replicado para que a divisão celular ocorra, os telômeros encurtam – e esse encurtamento tem sido visto por diversos cientistas como um marcador biológico do envelhecimento.

E esse novo trabalho descobriu que telômeros menores também elevam as chances de uma pessoa ficar gripada ou resfriada.O estudo foi publicado na quarta-feira, 20/02, no periódico The Journal of The American Association. De acordo com Seldon Cohen, coordenador dessa pesquisa, os telômeros são como a ponta de um cadarço de tênis. Eles são essenciais para que os cromossomos, que carregam os nossos genes, não se desgastem. Embora os telômeros estejam presentes nos cromossomos de todas as nossas células, a pesquisa de Cohen identificou que apenas o tamanho dos telômeros dos linfócitos T, que são as células do nosso sistema imunológico, interfere no risco de um indivíduo apresentar sintomas da gripe. O pesquisador e sua equipe chegaram a essa conclusão após expor, por via nasal, 152 pessoas saudáveis de 18 a 55 anos a um vírus da gripe.

Os autores monitoraram o surgimento dos sintomas nos participantes durante os cinco dias seguintes e também mediram o tamanho dos telômeros dos participantes. A equipe, então, observou que, enquanto 13% dos participantes cujos telômeros das células T eram os mais longos apresentaram sintomas da gripe, essa prevalência foi de 26% — ou seja, o dobro — entre aqueles que tinham os telômeros mais curtos. 

O resultado é, segundo Cohen, algo novo e provocativo, mas o estudo ainda não tem nenhuma implicação imediata na prática clínica, já que mais pesquisas precisam ser feitas para entender de que forma é possível alterar a ação dos telômeros para impedir o surgimento de doenças. Também não se sabe o que leva pessoas da mesma idade a apresentarem tamanhos diferentes de telômeros – é possível, afirmam os autores, que algum fator genético interfira nessa característica e, consequentemente, seja responsável por tornar alguém mais vulnerável a gripes.

 

Thais Noronha

Assessoria de Comunicação de CRF-SP

 

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