Estudo norte-americano aponta que tratamentos de longa duração com antibióticos podem levar a riscos
São Paulo, 11 de dezembro de 2012.
Uma pesquisa, publicada em 10/12, no periódico The Archives of Internal Medicine, de tratamentos de infecção do trato urinário em homens sugere que o uso de antibióticos por longos períodos pode fazer mais mal do que bem.
Os pesquisadores estudaram o uso de antibióticos em 33.336 pessoas com infecções no trato urinário, dos quais 1.772 tiveram recorrência de infecções dentro de um mês e 4.041 em um ano. Dos que tiveram recorrências, 35 por cento se trataram com antibióticos durante uma semana ou menos, e o restante por 14 dias ou mais.
No geral, o tratamento mais prolongado não reduziu o risco de recorrência, e aumentou o risco de reincidência da doença no período de um ano: 10,8% dos pacientes que receberam tratamento de longa duração tiveram uma recorrência dentro de 12 meses, em comparação com 8,4% do grupo que recebeu um tratamento de curta duração, uma diferença estatisticamente significativa.
Além disso, a infecção por C. difficile, um efeito colateral comum e muitas vezes perigoso dos antibióticos de amplo espectro, foi significativamente maior no grupo que recebeu o tratamento de longa duração.
O estudo foi retrospectivo e é possível que esses homens que receberam o tratamento mais longo estivessem mais doentes. Ainda assim, a associação persistiu após o controle de vários fatores demográficos e clínicos.
O autor principal, dr. Dimitri M. Drekonja, professor assistente de medicina na Universidade de Minnesota, disse que os médicos costumavam adivinhar o tempo adequado de um tratamento com antibióticos. "Nós escolhíamos um placar de futebol – 7, 14 – e, em seguida, prescrevíamos o antibiótico", disse ele. "Houve uma maior valorização nos últimos anos sobre a questão da duração."
Assessoria de Comunicação CRF-SP
Thais Noronha (com informações The New York Times)