Anticonvulsivante utilizado para perder peso pode provocar miopia aguda e glaucoma de ângulo fechado
Anticonvulsivante utilizado para perder peso pode provocar miopia aguda e glaucoma foto-robert-neumann-panthermediaSão Paulo, 7 de agosto de 2012.
Um relatório do FDA (Food and Drugs Administration), agência reguladora americana, alertou para o uso do Topiramato, anticonvulsivante que após a proibição dos anorexígenos vem sendo utilizados para emagrecer, já que a perda de peso é um dos efeitos colaterais.
Segundo o FDA, o medicamento também prescrito para enxaqueca e transtorno bipolar, aumenta as chances de contrair miopia aguda e glaucoma secundário de ângulo fechado, uma das maiores causas de cegueira definitiva.
De acordo com o relatório, as mulheres são mais vulneráveis a esse efeito colateral. Segundo o documento, de 49 pacientes que contraíram a doença devido ao uso do Topiramato, 68% eram do sexo feminino. O motivo é que as mulheres têm a câmara anterior dos olhos mais estreita e o medicamento diminui ainda mais esse espaço. Portadores de hipermetropia também correm risco maior, pela mesma razão.
Crescimento do consumo
Segundo o Sindusfarma, Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos do Estado de São Paulo, o consumo do anticonvulsivante Topiramato aumentou em 62% em 2011.
Menos de um ano após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ter proibido a venda de medicamentos derivados da anfetamina para tratar obesidade, o consumo off label (indicação fora da bula) de drogas para epilepsia, depressão e diabete disparou no País.
Entre os principais efeitos colaterais do Topiramato estão lentidão cognitiva, diminuição do raciocínio, esquecimento de palavras em um discurso e malformação fetal (risco de lábio leporino).
Comprovação científica
Em 2008, integrantes do departamento de Glaucoma do Instituto Brasileiro de Oftalmologia e Prevenção da Cegueira - IBOPC - Salvador (BA) realizaram o trabalho “Miopia aguda e glaucoma de ângulo fechado associados ao uso de topiramato em paciente jovem: relato de caso” em que constataram a presença da doença em uma mulher de 32 anos.
Clique aqui para visualizar o trabalho na íntegra.
Thais Noronha
Assessoria de Comunicação CRF-SP (com informações Instituto Penido Burnier SP e O Estado de S. Paulo).
