Indicada para tratar doenças psiquiátricas, classe terapêutica responde por metade do uso de substâncias controladas no país
São Paulo, 25 de julho de 2011.
Um levantamento da Anvisa aponta que a maior parte (44%) dos 143 tipos de medicamentos de venda controlada no país servem para tratar transtornos mentais e comportamentais. Os antipsicóticos, indicados principalmente para esquizofrenias e transtornos bipolar e maníaco-depressivo, respondem por 16,1% do total. Os antidepressivos vêm em seguida, com 15,4%.
Entretanto, o relatório divulgado pela Anvisa (disponível no Boletim de Farmacoepidemiologia do Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados – SNGPC) não menciona a quantidade de unidades de cada produto vendida nem a frequência do consumo.
De acordo com a IMS Health, uma consultoria especializada na indústria farmacêutica, o mercado de antipsicóticos movimentou R$ 306,8 milhões nos últimos 12 meses. Especialistas dizem observar um crescimento na indicação de antipsicóticos na infância, na adolescência e na velhice, seguindo a tendência norte-americana.
Segundo estudo da Universidade Columbia (EUA), as receitas de antipsicóticos para crianças de dois a sete anos, para tratar doenças como transtorno bipolar, dobraram de 2000 a 2007. Estima-se que 500 mil crianças nos EUA usem essas drogas.
Em entrevista concedida ao jornal Folha de S. Paulo, o psiquiatra Theodor Lowenkron, da Sociedade Brasileira de Psiquiatria, reconhece que o uso dos antipsicóticos tem provocado controvérsia, mas defende que os medicamentos, quando bem indicados, podem ser usados na infância, na adolescência e na velhice.
Renata Gonçalez
Assessoria de Comunicação CRF-SP (com informações do jornal Folha de S. Paulo)