São Paulo, 12 de janeiro de 2011.
Entrar em uma farmácia ou drogaria e adquirir medicamentos classificados como simples, aqueles sem prescrição médica e, que até pouco tempo encontravam-se em áreas de livre acesso nos estabelecimentos, pode ser ainda mais arriscado do que já era conhecido. De acordo com um estudo da Universidade de Berna, publicado no British Medical Journal (BMJ), alguns analgésicos e anti-inflamatórios não esteroidais (Aines) podem aumentar o risco cardiovascular em idosos afetados por dores crônicas e que fazem uso contínuo desses medicamentos.
O estudo realizou 31 testes clínicos com mais de 116 mil pessoas, que tomaram medicamentos comuns e muito utilizados, como o ibuprofeno e o diclofenaco (vendido somente sob prescrição médica). No caso do ibuprofeno, o risco poderia ser três vezes maior, enquanto o diclofenaco pode aumentar em até quatro vezes a possível aparição de problemas cardíacos. Segundo o professor e diretor do estudo, Peter Juni, pessoas com menos de 65 anos, que usam estes fármacos apenas para dores, como as de cabeça, não fumam e não têm colesterol alto, provavelmente não apresentarão os problemas relacionados.
Venda restrita
O estudo concluiu que ainda não há um anti-inflamatório que some a sua eficácia uma total segurança. Os especialistas da universidade propuseram que a venda livre de medicamentos, como o ibuprofeno, seja reconsiderada pelas autoridades sanitárias.
No Brasil, a RDC 44, publicada em 2009 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), determina que os medicamentos, inclusive os isentos de prescrição médica, deverão permanecer em área de circulação restrita aos funcionários, não sendo permitida sua exposição direta ao alcance dos usuários o que garante ao consumidor a oportunidade de receber a orientação do farmacêutico no ato da compra desses medicamentos.
Luana Frasca, com informações da Agência EFE.
Assessoria de Comunicação CRF-SP
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