A importância da utilização correta do medicamento Tamiflu® (oseltamivir), em função do alto risco de provocar resistência em pessoas que usam o antirretroviral pela primeira vez, foi um dos pontos altos da palestra apresentada pelo farmacêutico dr. Emerson Carraro, durante o “Seminário sobre a gripe A (H1N1)”.  O evento, realizado pelo CRF-SP no sábado passado (23 de maio), reuniu cerca de 300 pessoas no auditório Rui Barbosa, na Universidade Presbiteriana Mackenzie, na capital. 

 
Pesquisador do Laboratório de Virologia Clínica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e membro do Grupo Regional de Observação da Gripe (Grog), o dr. Emerson explicou os mecanismos de ação do oseltamivir, princípio ativo de um dos medicamentos indicados para o tratamento dos casos confirmados da gripe A.

A administração do oseltamivir deve ser feita logo no início do tratamento, tão logo se manifestam os sintomas da doença. Assim, a redução da carga viral é mais eficiente, bem como se reduz a capacidade de transmissão do vírus”, afirmou o farmacêutico. “Em hipótese alguma se recomenda o uso desse medicamento em casos de gripe sazonal. Isso prejudica a ação antirretroviral”.

 

O farmacêutico dr. Emerson Carraro, que falou sobre atenção farmacêutico na dispensação de medicamentos que combatem a gripe AO farmacêutico dr. Emerson Carraro, que falou sobre atenção farmacêutico na dispensação de medicamentos que combatem a gripe A

 

Ao dr. Emerson Carraro também coube falar sobre a importância da assistência e cuidado farmacêutico no ato de dispensar medicamentos para o tratamento da gripe A. “Não há motivo para pânico, e cabe ao profissional de Farmácia alertar a população para os riscos da automedicação”, disse o pesquisador da Unifesp. “Vale ressaltar que o índice de mortalidade da gripe suína é de 0,77%, ou seja, muito próximo ao da gripe sazonal”.

A constatação também foi abordada por todos os profissionais que ministraram palestras durante o seminário, que aproveitaram para fazer o alerta de que o Brasil tem outras mazelas na área da Saúde que não podem ser esquecidas, mesmo em tempos de epidemia de gripe A. Exemplos disso são os surtos de dengue e febre amarela, como lembrou o médico infectologista do Instituto de Infectologia do Hospital Emílio Ribas, dr. Fábio Araújo, primeiro palestrante do sábado.

Os outros palestrantes do “Seminário sobre a gripe A” foram a médica sanitarista do Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, dra. Ana Freitas Ribeiros; o farmacêutico dr. Luiz Henrique Costa, representante da Organização Pan-americana da Saúde (Opas); o dr. Paulo Eduardo Brandão, representante do Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo (CRMV-SP); e o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), dr. Dirceu Raposo de Mello.

A realização do "Seminário sobre a gripe A" contou com o apoio da Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Isentos de Prescrição (Abimip).

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