CRF-SP abre as portas para discussões fundamentais na sociedade

 

Jennyffer Tupinambá, Dra. Marimilia Pita, Dra. Luciana Canetto e Cidinha Carvalho durante a roda de conversa Jennyffer Tupinambá, Dra. Marimilia Pita, Dra. Luciana Canetto e Cidinha Carvalho durante a roda de conversa

São Paulo, 15 de agosto de 2023.

A noite de segunda-feira, 14, na sede do CRF-SP, foi marcada pela roda de conversa “Transversalidade, Diversidade e Inclusão na Saúde" que contou com experiências pessoais e profissionais de mulheres que integram o Grupo Mulheres do Brasil, presidido pela empresária Luiza Helena Trajano com o intuito de engajar a sociedade civil na conquista de melhorias para o país.

Com público presencial e transmitida ao vivo pelo canal do CRF-SP no YouTube, a Roda de conversa emocionou a todos com depoimentos como o de Cidinha Carvalho, a primeira mãe em São Paulo a obter o direito de cultivar cannabis para o tratamento da filha Clárian que nasceu com a síndrome de Dravet, doença rara, progressiva, sem cura, caracterizada por crises de epilepsia, além do atraso do desenvolvimento psicomotor e cognitivo.

Dr. Adriano Falvo, secretário-geral do CRF-SP; Erika Noguchi, colíder do Comitê Integração Saúde e Cultura do Núcleo Nova York; Dra. Luciana Canetto; vice-presidente; Monica Noronha, líder no Grupo Mulheres do Brasil; Dr. Marcelo Polacow, presidente do CRF-SP; Dra. Claudia Araújo,  coordenadora do Comitê de Ações Afirmativas para Promoção da Igualdade Racial do CRF-SP e Dr. André Luis dos Santos, conselheiro regionalDr. Adriano Falvo, secretário-geral do CRF-SP; Erika Noguchi, colíder do Comitê Integração Saúde e Cultura do Núcleo Nova York; Dra. Luciana Canetto; vice-presidente; Monica Noronha, líder no Grupo Mulheres do Brasil; Dr. Marcelo Polacow, presidente do CRF-SP; Dra. Claudia Araújo, coordenadora do Comitê de Ações Afirmativas para Promoção da Igualdade Racial do CRF-SP e Dr. André Luis dos Santos, conselheiro regional

“Minha filha parecia uma boneca de pano, não falava frases completas, não corria, não transpirava, não tinha coordenação motora, tinha apneia do sono. Comecei a pesquisar junto com meu marido os efeitos do óleo de Cannabis”. Após muita luta, foi a primeira família de São Paulo e a terceira no Brasil a obter o salvo conduto para cultivar e extrair o óleo para a Clárian.

Cidinha destacou que com o óleo, as crises de Clárian diminuíram em 80% e ficaram mais curtas, com duração de menos de um minuto. Após quatro meses de uso, ela começou a transpirar. Em oito meses, pulou em uma cama elástica pela primeira vez. O equilíbrio e o sistema cognitivo estão melhores, a apneia desapareceu. Clárian hoje tem 20 anos.

A vice-presidente do CRF-SP, Dra. Luciana Canetto fez questão de destacar o quanto o CRF-SP se preocupa com a inclusão, diversidade e destacou o trabalho do Grupo Técnico de Trabalho Diversidade LGBTQIAPN+; do GTT Farmacêutico à Pessoa com Deficiência; Comitê de Ações Afirmativas para Promoção da Igualdade Racial e muito mais. 

Dra. Luciana Canetto (à esq) e as participantes da roda de conversa Jennyffer Tupinambá, Dra. Marimilia Pita e Cidinha CarvalhoDra. Luciana Canetto (à esq) e as participantes da roda de conversa Jennyffer Tupinambá, Dra. Marimilia Pita e Cidinha Carvalho

Já a médica onco-hematologista Dra. Marimilia Pita destacou sobre algumas doenças mais incidentes em negros como hipertensão e diabetes, mas nem por isso possuem tratamento diferenciado. Ela também chamou a atenção para a doença falciforme, originária do continente africano, que chegou ao Brasil há cerca de 200 anos. “É altamente prevalente na população negra, a segunda doença hereditária mais comum no mundo, depois da síndrome de down, um grande problema de saúde pública, e o brasileiro não assume essa doença”.

Público pode acompanhar os debate presencialmente e on-line Público pode acompanhar os debate presencialmente e on-line

O terceiro depoimento foi da Jennyffer Tupinambá, mulher indígena, originária do povo tupinambá, de Olivença, no Sul da Bahia, primeiro povo a ter contato com os portugueses ao chegarem ao Brasil.  “Vim para São Paulo há cinco anos para fugir de todo tipo de violência invisível que o povo indígena sofre, inclusive a sexual. Sou vítima do abuso infantil. Entrei nesses espaços como o Grupo Mulheres do Brasil para pedir socorro, para somar. Estou aqui pela natureza e, por mais que haja a globalização, o capitalismo, um dia o que vamos respirar? O que vamos comer? Onde vamos plantar? Que água vamos beber? Dentro dessas narrativas que são sustentadas pela cultura dos povos indígenas, quero somar forças. Se a gente quer ter um amanhã, a gente precisa olhar para trás e juntos, de mãos dadas, seguirmos para o futuro”.

 

 

Confira a Roda de Conversa na íntegra 

Transversalidade, Diversidade e Inclusão na saúde 

 

Thais Noronha

 

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