Pesquisa nacional encontra risco na interação entre hidroxicloroquina e anticolinesterásicos
São Paulo, 5 de agosto de 2020.
Uma importante pesquisa nacional que apurou riscos associados na interação entre hidroxicloroquina e anticolinesterásicos, medicamentos usados para tratamento de Alzheimer, foi apresentada pelo Dr. Gustavo Alves Andrade dos Santos, pesquisador, cientista e coordenador do Grupo Técnico de Trabalho de Cuidado Farmacêutico ao idoso do CRF SP, durante a Azheimer International Conference de Amsterdã (via remota), no dia 30 de julho.
O trabalho intitulado “Potential drug interactions between Hydroxychloroquine and Anticholinesterase drugs” verificou que idosos com Alzheimer que usam anticolinesterasico (Rivastigmina, Donepezil ou Memantina) e cloroquina ou hidroxicloroquina, correm sérios riscos de efeitos vagotônicos. A pesquisa foi realizada nas principais bases eletrônicas da literatura que informam sobre interações medicamentosas.
“Apuramos que a associação de medicamentos que aumentam o intervalo QT é de alto risco para pacientes idosos e nossos resultados mostram que qualquer um dos três medicamentos mais comumente utilizados como anticolinesterásicos traz os mesmos riscos se administrado com hidroxicloroquina. Este fenômeno é chamado Torsade de Pointes”, explicou o Dr. Gustavo Alves.
O pesquisador disse ainda que pacientes com Alzheimer têm normalmente problemas respiratórios que estão associados à evolução da doença e são altamente susceptíveis à infecção por covid-19, que começa pelos pneumócitos do tipo II na região dos alvéolos.
“Se os pacientes com Alzheimer tiverem sido infectados com covid-19, não poderão abandonar o tratamento com anticolinesterásicos e, se for introduzido o uso de hidroxicloroquina, deve haver um monitoramento máximo do uso conjunto desses medicamentos”, alertou.
Departamento de Comunicação CRF-SP
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