Pesquisa é baseada no gene BMAL1
São Paulo, 25 de março de 2019
De acordo com estudo do Instituto de Biociências da USP, o gene BMAL1, que integra o sistema de relógio biológico do organismo, pode indicar a eficiência da estimulação do sistema imunológico (imunoterapia) no combate ao melanoma, tipo de câncer de pele.
Ao analisarem células de tumores, os cientistas verificaram que altos níveis do BMAL1 estimulam o funcionamento do sistema imunológico, tornando mais eficiente o combate ao câncer pelo organismo. A pesquisa foi coordenada pela professora Ana Maria de Lauro Castrucci e os resultados foram publicados em artigo no Frontiers in Oncology.
Imunoterapia
O tratamento consiste em estimular o sistema do próprio paciente contra as células cancerosas. “O grande desafio, porém, é que somente uma pequena parcela de pacientes responde à imunoterapia, e ainda é um tratamento de custo bastante elevado”, explica o pós-doutorando do projeto Leonardo Vinicius Monteiro de Assis, em entrevista ao UOL.
O estudo
O estudo revelou duas grandes descobertas. Uma, mostra que pacientes com elevada expressão de BMAL1 no tecido tumoral tendiam a sobreviver por mais tempo. Para chegar nesse resultado, foram analisadas 340 amostras de melanoma metastático do The Cancer Genome Atlas (TCGA), um banco de dados público de diversos tumores. Assim, a pesquisa comprovou que a sobrevida maior está ligada ao fato de tumores com elevados níveis de BMAL1 apresentarem deficiência no reparo de DNA. Isso contribui com a síntese de proteínas anômalas e leva a uma ativação exacerbada do sistema imunológico. Dessa forma, o organismo combate ao câncer de forma mais eficiente.
A segunda descoberta, é que o BMAL1 poderia ser utilizado como biomarcador para a imunoterapia indicando casos em que ela teria mais chances de funcionar.
Departamento de Comunicação CRF-SP (Fonte: UOL)
