Dr. José Roberto Carrasco é um dos responsáveis pelas consultas farmacêuticas em hospital de São Vicente (SP)

 

Dr. José Roberto Carrasco é o farmacêutico responsável técnico pela Central de Abastecimento Farmacêutico e Almoxarifado (CAFA) do Hospital Municipal Doutor Olavo Honeaux de Moura, em São Vicente Dr. José Roberto Carrasco é o farmacêutico responsável técnico pela Central de Abastecimento Farmacêutico e Almoxarifado (CAFA) do Hospital Municipal Doutor Olavo Honeaux de Moura, em São Vicente

São Paulo, 10 de julho de 2024. 

Há 39 anos, Dr. José Roberto Carrasco atua como farmacêutico. Ao menos metade desse tempo se dedica à Farmácia hospitalar, área em que hoje trabalha como responsável técnico pela Central de Abastecimento Farmacêutico e Almoxarifado (CAFA) do Hospital Municipal Doutor Olavo Honeaux de Moura, no bairro Humaitá, em São Vicente, no litoral paulista. O Hospital atende casos de baixa e média complexidade e possui 34 leitos de Clínica médica e nove leitos de Psiquiatria.

Foi no Hospital Municipal Doutor Olavo Honeaux de Moura, que Dr. José Roberto foi o precursor do projeto AFTP (Anamnese Farmacoterapêutica do Paciente), uma consulta farmacêutica, que consiste em três etapas: a primeira é a anamnese, a segunda o seguimento terapêutico e a terceira é a alta farmacêutica.

Na primeira etapa, ele e a equipe (três farmacêuticos, oito técnicos de Farmácia e um almoxarife, peça fundamental para a realização de serviços administrativos) perguntam nome, endereço, se há patologias de base como diabetes, hipertensão, alergias; se o paciente toma algum medicamento, como utiliza, se faz uso de chás e fitoterápicos, entre outros.

 

As consultas farmacêuticas consistem em três etapas: anamnese, seguimento farmacêutico e alta hospitalar As consultas farmacêuticas consistem em três etapas: anamnese, seguimento farmacêutico e alta hospitalar

“Faço uma história pregressa dos pacientes, entro na psicologia e no serviço social para saber o motivo da internação, o porquê da descompensação, etc. O que mais a gente descobre é que o paciente utiliza o medicamento de forma errada. Tive casos que eram para tomar de 8 em 8 horas, mas tomavam às 8 da manhã e às 8 da noite ou então no café da manhã, almoço e jantar, o que não é o correto”.  

Com as informações em mãos e, em conjunto com a prescrição médica, é montada uma ficha para dar seguimento ao caso. Os farmacêuticos investigam possíveis interações medicamentosas e, caso identificadas, o médico é avisado. Por último, durante a alta hospitalar, a prescrição é acompanhada por informações para uso dos medicamentos, inclusive com figuras como sol, lua, estrela, cama e prato de comida para orientar sobre o horário correto a serem utilizados. “Durante a alta, reforço sobre a importância de tomar os medicamentos no horário prescrito, além de orientar sobre a ingestão simultânea de água, leite ou chá. É o momento de tirar todas as dúvidas”.

Resultados positivos

O projeto AFTP começou na área da Psiquiatria, como piloto, pois tem menos pacientes internados, mas em pouco tempo, superou todas as expectativas da equipe multidisciplinar, com êxito total. “A partir do momento em que o paciente dá entrada na ala, a equipe de enfermagem, o psicólogo e a assistente social nos avisam e fazemos a anamnese com os acompanhantes, que podem ser marido, esposa, filho ou alguém próximo que conviva com o paciente, já que não é possível fazer a avaliação com o paciente em crise ou surto, o mesmo procedimento é feito na hora da alta”.  

A partir daí, compartilhamos os dados em um grupo com médico, enfermeiro, assistente social, psicólogo e farmacêuticos e começamos a discutir o caso”, ressalta o Dr. José Roberto.

De abril a junho já passaram pelas consultas 43 pacientes da ala psiquiátrica. A expectativa é que o projeto avance para todo o hospital De abril a junho já passaram pelas consultas 43 pacientes da ala psiquiátrica. A expectativa é que o projeto avance para todo o hospital

“Alguns exemplos como uma paciente que a irmã relatou ser uma garota de programa e tinha tido uma sífilis não tratada. Imediatamente comunicada a equipe, o médico solicitou os exames e deram negativo. Outro caso, um paciente com Hpilori acentuado detectamos que alterava a absorção do medicamento”.

Todo esse trabalho uniu a equipe multidisciplinar. “Hoje, a equipe vai até a CAFA solicitar informações relacionadas aos medicamentos, o que mostra a importância do papel do farmacêutico na equipe. Em algumas situações, os pacientes eram orientados por profissionais sem conhecimento na área. Essa interação entre a equipe é fantástica, todos se apoiam”.  

De abril a junho foram atendidos 43 pacientes que participaram do processo completo: anamnese, seguimento farmacoterapêutico e alta farmacológica. Desses, 86,05% eram adultos (16 a 64 anos); 11,63% idosos (acima de 65 anos) e 2,33% jovens (até 15 anos). Tanto êxito fez com que o projeto se ampliasse e o próximo passo é atender os leitos da clínica médica como um todo e não apenas na ala psiquiátrica.

“Recentemente, um abrigo que cuida de pessoas que não têm para onde ir após a alta hospitalar, nos solicitou um treinamento para que os cuidadores possam saber como agir. É um ganho saber que estão interessados em agir corretamente em relação ao uso de medicamentos”, destaca o Dr. José Roberto.        

 

Thais Noronha

Departamento de Comunicação CRF-SP

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