Assistência Farmacêutica e Cuidados ao Paciente na Saúde Pública

 

Fórum contou com farmacêuticos de Bragança Paulista e região

O Fórum contou com farmacêuticos que atuam na saúde pública de diversos municípios da região como Atibaia, Bragança Paulista, Campo Limpo Paulista, Franco da Rocha, Indaiatuba e Jarinu.O Fórum contou com farmacêuticos que atuam na saúde pública de diversos municípios da região como Atibaia, Bragança Paulista, Campo Limpo Paulista, Franco da Rocha, Indaiatuba e Jarinu.


São Paulo, 7 de dezembro de 2018.

A atuação do farmacêutico na rede pública está ganhando cada vez mais importância, muito pela atuação do profissional que busca se destacar e fazer a diferença na vida da população e muito pela percepção dos gestores que estão percebendo o quanto o farmacêutico pode contribuir para inúmeros fatores dentro da unidade de saúde. Pensando nisso, o CRF-SP, em parceria com a Bayer, promoveu na quinta-feira, 6/12, o Fórum Multidisciplinar regional “Assistência Farmacêutica e Cuidados ao Paciente na Saúde Pública”.

 A abertura do evento foi realizada pelo delegado regional do CRF-SP em Bragança Paulista, Dr. Eli Cristiano de Meneses A abertura do evento foi realizada pelo delegado regional do CRF-SP em Bragança Paulista, Dr. Eli Cristiano de Meneses

 

Realizado na Universidade São Francisco, USF, em Bragança Paulista, o Fórum contou com farmacêuticos que atuam na saúde pública de diversos municípios da região, além de profissionais da cidade, participaram profissionais vindos de Atibaia, Campo Limpo Paulista, Franco da Rocha, Indaiatuba e Jarinu. Representando a diretoria do CRF-SP, Dr. José Vanilton de Almeida, destacou que um dos objetivos do fórum é transformar os farmacêuticos em multiplicadores. “Precisamos ter a consciência de que estamos lidando com pessoas e não com doenças. Eu atendo uma pessoa com diabetes e não um pé diabético. O cuidado precisa estar centrado no paciente”.

Alexandre dos Santos, representante da Bayer, Dra. Tania Sardinha, coordenadora da Assistência Farmacêutica de Bragança Paulista, Dra. Patrícia Costa, diretora do campus Bragança Paulista da USF e Dr. José Vanilton de Almeida, representante do CRF-SP Alexandre dos Santos, representante da Bayer, Dra. Tania Sardinha, coordenadora da Assistência Farmacêutica de Bragança Paulista, Dra. Patrícia Costa, diretora do campus Bragança Paulista da USF e Dr. José Vanilton de Almeida, representante do CRF-SP

O coordenador do curso de Farmácia da USF e doutor em Farmacologia, Dr. Carlos Eduardo Pulz de Araújo, destacou a importância do farmacêutico na equipe multidisciplinar. Após apresentar alguns casos exitosos de farmacêuticos que atuam no SUS em todo o país como iniciativas que mostram o descarte correto de medicamentos, responsabilidade do farmacêutico que atua na atenção primária, além da implementação da farmácia clínica. “Nas unidades precisamos saber qual a nossa vocação, não queiram abraçar o mundo, avaliem a região e vejam as necessidades daquela população, nem tudo que funciona em uma unidade é importante para outra. É possível ter boa vontade e implementar projetos que irão mostrar resultados aos gestores”.

Dr. Carlos Pulz ressaltou ainda estudos que apontam o envelhecimento da população e destacou o quanto o farmacêutico precisa estar preparado para esse momento. “Em 2025 teremos 35 milhões de idosos, o dobro do que temos hoje. É nosso papel enquanto farmacêuticos acompanharmos essa população, que estará nos esperando. O país entrará em colapso, já vemos hoje idosos morrendo em filas de hospitais”. Outro destaque foi a importância de o farmacêutico documentar o trabalho no dia a dia. “Quantos trabalhos com certeza vocês já realizaram e não documentaram? A medida que o farmacêutico começa a aparecer, muda o patamar de atuação no sus, é preciso documentar o trabalho, sem registrar o que fazemos na profissão, nós não existimos”.

O coordenador do curso de Farmácia da USF, Dr. Carlos Eduardo Pulz de Araújo, falou sobre a atuação do farmacêutico na equipe multidisciplinarO coordenador do curso de Farmácia da USF, Dr. Carlos Eduardo Pulz de Araújo, falou sobre a atuação do farmacêutico na equipe multidisciplinar

Na sequência, a médica e especialista em obstetrícia e ginecologia, Dra. Isabel Sorpreso, falou sobre gravidez não planejada e o impacto no sistema de saúde. Com dados de que no Brasil de 50 a 55% de gestações são não-planejadas e, na maioria dos casos está nos extremos das idades de 15 a 50 anos em média, a médica enfatizou que a preocupação em disponibilizar métodos contraceptivos é do ministério da Saúde, mas os custos das gestações não desejadas são repassados aos municípios. “Gravidez não desejada é um problema de saúde pública. Os profissionais de saúde precisam se despedir do preconceito, abordar em especial as adolescentes que vão ao posto retirar anticoncepcional, pílula do dia seguinte, camisinha. É preciso mostrar confiança e confidencialidade”.

A médica e especialista em obstetrícia e ginecologia, Dra. Isabel Sorpreso, falou sobre gravidez indesejada e o impacto no sistema de saúde A médica e especialista em obstetrícia e ginecologia, Dra. Isabel Sorpreso, falou sobre gravidez indesejada e o impacto no sistema de saúde

A saúde do homem também esteve em pauta no Fórum na palestra do médico assistente de oncologia do hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, Dr. Rodrigo Coutinho Mariano, que falou sobre os motivos de maior mortalidade entre homens, além de formas de prevenção entre diversos tipos de câncer, em especial, o de próstata.

Dados apontam que a cada três mortes no Brasil, dois são homens, e as causas são externas, já que de acordo com um estudo do ministério da Saúde em 2014, homens estão mais expostos a acidentes de trânsito e situações de violência, sofrem mais com doenças cardiovasculares e neoplasias, têm medo de descobrir doenças e por isso não aderem a tratamentos preventivos, comem mais carne vermelha e processada como salame e salsicha, praticam menos atividade física e usam mais álcool e outras drogas.

“Há muitas barreiras culturais, vivemos em uma sociedade machista, patriarcal, o homem vê a doença como um sinal de fragilidade e para mais complicado de aceitar. Em pleno século 21 há muito preconceito, muitos deixam de fazer exame preventivo de toque ou colonoscopia. Por mais que existam campanhas a aceitação ainda é difícil”. O médico destaca ainda que os homens se submetem menos a consultas preventivas, fazem diagnósticos com doenças mais avançadas e isso gera muito mais custo e mais sofrimento à família.

Em relação ao câncer de próstata, a cada 40 minutos é diagnosticado um novo caso, no entanto que mais mata ainda é o câncer de pulmão. “Nosso papel como profissional de saúde é informar, temos que estar atualizados para orientarmos sobre a necessidade de hábitos de vida saudável, procurar serviços de saúde não só quando estiver doente, evitar consumo de bebidas alcoólicas, alimentação saudável, praticar exercícios físicos, pedir ajuda quando se sentir sobrecarregado por estresse, manter carteira de vacinação atualizada, usar preservativo, consultar o dentista e evitar o tabagismo. A visita ao médico é mais importante quando você não está doente, porque depois podemos perder uma boa parte do tempo que tínhamos de tratamento”.

O médico assistente de oncologia na Beneficência Portuguesa de São Paulo, Dr. Rodrigo Coutinho Mariano ressaltou as formas de prevenção e orientações sobre a saúde do homemO médico assistente de oncologia na Beneficência Portuguesa de São Paulo, Dr. Rodrigo Coutinho Mariano ressaltou as formas de prevenção e orientações sobre a saúde do homem

O encerramento do Fórum contou com a palestra do Dr. Luis Henrique Oliveira Rezende, farmacêutico chefe do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual, que mostrou sua experiência na incorporação de um novo anticoagulante no Hospital de Servidor Público Estadual de São Paulo.

O farmacêutico mostrou o quanto a interação com médicos e outros profissionais da equipe foi importante para o sucesso do tratamento, além de enfatizar alguns questionamentos baseados na experiência. O medicamento está sendo prescrito obedecendo indicações “label”, existe uma interação entre médicos nas clínicas e farmacêuticos do núcleo de farmácia visando a otimização dos protocolos X na rotina de dispensação? Está sendo dispensado somente para os pacientes acompanhados pelos médicos especialistas que são acompanhados no ambulatório? O consumo retrata o informado nos protocolos e está ocorrendo o uso racional? Como está sendo feito o manejo em caso de faltas, já que temos o medicamento em três dosagens diferentes?

 

Dr. Luis Henrique Oliveira Rezende, farmacêutico chefe do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público EstadualDr. Luis Henrique Oliveira Rezende, farmacêutico chefe do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual

 

 

Thais Noronha

Departamento de Comunicação CRF-SP

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