Revista 108 - Ética



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PUBLICAÇÃO DO CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Nº 108 - AGO - SET - OUT / 2012

Revista 108 setinha Ética


Ética nas Redes Sociais (Foto: Marcin Sadlowski / Panthermedia)Mídias sociais, opinião alheia e o bom senso

As mídias sociais (Facebook, Twitter, Youtube etc.) são poderosas ferramentas de comunicação que permitem a qualquer cidadão expressar suas opiniões e ideias a centenas, milhares e até milhões de pessoas. Antes do recente advento dessas mídias, atingir essa magnitude de audiência somente era possível pelos meios tradicionais de comunicação (TV, rádio, jornal etc.).

Se, por um lado, as mídias sociais deram voz ao cidadão comum, por outro, essas poderosas ferramentas de comunicação explicitam a dificuldade que o ser humano  tem em lidar com a própria opinião, com a opinião alheia e com a crítica. Mostram ainda como a intolerância está presente em nossa sociedade e, muitas vezes, escancaram a insensatez e falta de capacidade de lidar com o contraditório.

Utilizar ferramentas com essa potência pressupõe algum preparo. Comumente, as pessoas não se dão conta do nível de repercussão que um simples comentário pode ter. Também não percebem que, uma vez publicado o comentário, foto ou vídeo, a pessoa não é mais dona dele. Tais documentos podem ser imediatamente copiados e replicados e ganham dinâmica própria, que independe da vontade de quem os publicou inicialmente. Praticamente todos os dias a mídia torna públicos casos de pessoas que tiveram problemas na vida pessoal ou profissional pelo uso inadequado desses ambientes virtuais. 

Quem decide participar das mídias sociais deve ter consciência de um fator essencial: por trás da tela do computador estão pessoas reais. Logo, o comportamento que se deve ter nesses ambientes é o mesmo que se teria na presença de um grupo de pessoas, pois é exatamente disso que se trata. 

Ofender, xingar, mentir, caluniar são ações que, realizadas nas mídias sociais, têm o mesmo efeito e estão sujeitas às mesmas penalidades aplicadas no “mundo real”. As mídias sociais são apenas veículos de comunicação que têm o poder de amplificar o número de pessoas que tomam contato com a nossa opinião, nada mais que isso. Não se trata de território sem lei em que cada um pode falar o que bem entender.

O usuário desses ambientes precisa ter ciência de que, ao tornar pública sua opinião para milhões de pessoas, deve estar preparado para lidar com as consequências disso, ou seja, no mínimo saber lidar com a crítica ou a opinião contrária de pessoas que não pensam da mesma forma. Isso é o mínimo. Ofensas, mentiras ou calúnias contra outras pessoas, empresas ou instituições são passíveis, sim, de ação judicial para reparação de danos morais, assim como processos éticos no caso de atividades submetidas à fiscalização de conselhos profissionais. Portanto, fique atento. 

Hoje, as mídias sociais são instrumentos importantíssimos para o exercício da democracia e para o relacionamento entre as pessoas, mas nunca se deve perder a dimensão que, por trás de uma tela de computador, existem pessoas reais.

Davi Machado

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