Seminário de Ética, Direitos e Prerrogativas Profissionais - 24/11/2018

 

Evento debateu mídias sociais e prescrições ilegíveis

 

Secretária-geral, Dra. Luciana Canetto; presidente, Dr. Marcos Machado; coordenadora do Comitê de Direitos e Prerrogativas, Dra. Maria Fernanda Carvalho e diretora-tesoureira, Dra. Danyelle Marini

São Paulo, 26 de novembro de 2018

O CRF-SP promoveu no último sábado, 24, em sua sede, na capital, o Seminário de Ética, Direitos e Prerrogativas Profissionais.

O evento foi promovido pelo Comitê de Direitos e Prerrogativas Profissionais e debateu a influência das mídias sociais no trabalho do farmacêutico e os cuidados que esses profissionais precisam ter ao receber e dispensar prescrições, especialmente aquelas ilegíveis ou pouco legíveis.

Farmacêuticos não presentes puderam acompanhar as discussões ao vivo por meio de transmissão pelo portal da entidade.

Participaram da abertura o presidente do CRF-SP, Dr. Marcos Machado; a secretária-geral, Dra. Luciana Canetto; a diretora-tesoureira, Dra. Danyelle Marini.

Para o Dr. Marcos Machado, o tema é muito preocupante tanto no que se refere aos problemas causados em um possível erro de dispensação por ilegibilidade, tanto quanto na exposição e problemas éticos com a divulgação das prescrições nas redes sociais. “Precisamos encontrar caminhos para essa dificuldade encontrada pelo farmacêutico. E já estamos recebendo as prescrições ilegíveis e incompletas para enviar ao Cremesp para que haja um trabalho conjunto de orientação”, afirmou.

A secretária-geral falou sobre a importância de um evento para tratar o tema. “Hoje em dia vemos os farmacêuticos em Whatsapp e grupos no Facebook trocando informações sobre as prescrições recebidas ilegíveis ou incompletas, o que pode ser perigoso tanto em questões éticas, como na responsabilidade do profissional caso haja um problema gerado pela dispensação”, apontou a Dra. Luciana.

Dra. Danyelle Marini ressaltou que essa é uma das grandes discussões dentro da plenária da entidade e uma das preocupações da diretoria. “Quando essa diretoria tomou posse, começamos a debater problemas que são enfrentados no dia a dia pelos profissionais, como é o caso das prescrições ilegíveis, e estamos buscamos soluções para tentar mudar essa realidade”, disse.

 Prof. Dr. Gilberto Araújo Guimarães

Após abertura, os participantes e os internautas puderam acompanhar a palestra “Comunicação nas mídias sociais com ética”, ministrada pelo Prof. Dr. Gilberto Araújo Guimarães, mestre em Filosofia, com MBA pela FGV-P, engenheiro pela Escola Politécnica-USP, psicanalista pela Sociedade Paulista de Psicanálise e docente da Universidade Anhembi Morumbi.

Ele falou as principais mudanças na sociedade, principalmente nos últimos 30 anos, que transformaram o mundo, como o aumento no comércio e produção de petróleo, a pílula anticoncepcional, a internet e as redes sociais.

“Com as redes sociais, ampliamos nossa aldeia global, recebendo mais informações em um dia do que recebíamos em anos e perdendo nosso anonimato”, afirmou.

Professor Gilberto também falou sobre as leis que cercam a comunicação pelas redes sociais e como fazer para ter uma comunicação mais eficaz e melhorar as relações interpessoais, citando a empatia como uma das ferramentas mais eficazes nesse sentido.

Após a explanação do Professor, ocorreu uma mesa de debates com a participação da coordenadora do Comitê de Direitos e Prerrogativas Profissionais, Dra. Maria Fernanda Carvalho, e o gerente da Consultoria Jurídica, Dr. Roberto Tadao, sobre os riscos de exposição das prescrições nas mídias sociais e as condutas a seguir ao receber prescrições ilegíveis.

Dr. Roberto Tadao, Dra. Maria Fernanda Carvalho e Dra. Luciana Canetto

“Muitas vezes, na vontade de atender, o farmacêutico pode cometer erros de interpretação daquela receita ilegível ou pouco legível, imaginar que seja um determinado medicamento e na verdade era outro, ler uma dosagem diferente etc. Isso representa um risco muito grande para segurança da paciente. O farmacêutico é responsável pelo que dispensa e isso implica em penalidades éticas e criminais, por isso tem o dever de entrar em contato com o prescritor e o direito ou não de dispensar, caso não consiga esclarecer sua dúvida”, explicou a Dra. Maria Fernanda.

Já o Dr. Roberto Tadao Magami Junior, gerente de Consultoria Jurídica do CRF-SP, ressaltou que, na atualidade, os profissionais estão criando grupos, especialmente no Facebook e Whatsapp, para discutir a compreensão de prescrições ilegíveis, com isso eles acabam divulgando a doença e nome do paciente e isso implica em violação da intimidade.

 

Monica Neri
Departamento de Comunicação CRF-SP

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